sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Coisas bregas que eu adoro (e faço)


Meias coloridas grossas para fora da botina
(e botina, a legítima de Tatuí)
Tamancos com salto de madeira
Soltar bolhas de sabão em casa para atrair energias positivas
Voz de nenê com o namorado
Fumar com as unhas pintadas de vermelho
Me emocionar com taxistas.
Escrever que alguma coisa é a versão 2.0 de outra
Dizer "caminhei de mãos dadas"
Falar com bebês desconhecidos na padaria
Espalhar que o bolo da vovó é o melhor do mundo
Papel de parede florido.
Boina vermelha de pintor
Novela das oito
(e CDs de novelas das oito)
Show de golfinhos
Usar várias bijouxs douradas juntas
Achar que dançar com saia rodada resolve todos os problemas
Chorar vendo Simplesmente Amor


*Essa lista teve contribuições de Jatobá Madeira (que assiste mesa-redonda de futebol e gosta de filmes protagonizados por cachorros); Giu Vallone (que envia letras de músicas via sms e ocasionalmente ouve Lenine); Ana Elisa Faria (que vê Chaves e, quando precisa, dorme abraçada com seu Snoopy de estimação); e Rach Sterman (que segue o Fabrício Carpinejar no Twitter).

Foto: green_submarine, via flickr

terça-feira, 24 de agosto de 2010

viagens em cliques


Seu Pedro do Balaio, em Guaramiranga, a Campos do Jordão do Ceará

Praia do Mirante da Sereia, em Maceió

A artesã d. Irineia, herdeira de Zumbi, com o anjo de barro que eu trouxe para São Paulo. No Muquém, povoado de União dos Palmares

Neta de d. Irineia fazendo arte

Pirata faz a travessia de bugues da praia de Mangue Seco até o povoado de Tatajuba, no Ceará, em balsas improvisadas

Bizarrice da natureza vira ponto turístico. Coqueiro com o nome auto-explicativo de saca-rolhas

Vai uma mandioca aí? Vendedora de raízes, frutas e verduras em Maragogi, Alagoas

Homem pescando em mangue, em São Miguel dos Milagres, Alagoas

A árvore preguiçosa (deitou a copa na areia e assim ficou), em Jericoacoara, no Ceará

Aquário natural na praia da Ponta do Gamela, na Barra de Santo Antônio, em Alagoas

As noites coloridas de Jericoacoara, no Ceará

Uma mulher que encontrei pelo caminho em São Miguel dos Milagres. Tinha ido buscar as madeiras para fazer, "como o pessoal chama? artesanato".

Gatinha de São Miguel dos Milagres, que por pouco não trouxe comigo para São Paulo

Bolinha, cachorro que bateu na porta do meu quarto no meio da noite

Porco causa frisson na praia da Ilha da Croa, em Alagoas

Tronco que enfeita a Vila Palateia, comunidade na Barra de São Miguel, em Alagoas, que vive 100% da criação de ostras

Passeio de canoa na Vila Palateia

Mulher trabalhando nas mesas de ostras

Mulher grávida observa manguezal, na Vila Palateia

Fresta de luz na estrada de terra que liga as cidades de Monte Verde e Gonçalves, em Minas Gerais

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

yes, I did it


Não foi uma explosão, eu apenas olhei para aquele manobrista e, mais ou menos como me parece natural dizer bom dia e obrigada, me pareceu muito natural dizer vá se foder. Ele destratou o taxista que estava comigo e fechou o vidro do carro na minha cara, sem explicar o que eu deveria fazer para que o táxi conseguisse sair daquela emboscada. Foi uma grosseria gratuita. É claro que, com o xingamento, eu só o irritei mais. Ficou ainda mais indiferente e finalmente conseguiu fazer o taxista de gel, que até então mantinha-se elegante, perder a paciência. Saiu do carro e: "Você vai se ferrar, meu amigo, eu sou policial", disse, sacando um distintivo do bolso. Eu observo aquela cena com todas as linhas e quadrantes, como se subitamente deixasse de ser parte integrante dela. O manobrista insiste na desinteligência, e eu grito: "Você é um merda". Saio ilesa, sem tremer e sem corar, apenas sem fome. O que me faz acender um cigarro por acaso em frente à loja de bugigangas mais legal do mundo, e comprar a cola e as tintas que há tanto tempo eu procurava.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

calíbrido free jazz


Estou aprendendo a cuidar de plantas & flores. A primeira lição foi: nunca subestime sua capacidade de renascer. Algumas se recuperam tão rápido como joelho ralado, briga de namorado, sapato de sapateado. Eu percebi isso quando a gente mudou e a antiga moradora deixou lá no apê um vasinho seco. Minha primeira reação foi querer jogar a planta fora, coisa velha, seca, de outra pessoa, mas ele colocou água e, no dia seguinte, ela acordou verdinha. Nunca deu flor até hoje, só que é um dos nossos vasinhos mais ponta firmes (e eu adoro aquelas folhas verdes avermelhadas).
Todos ficam no parapeito da janela da lavanderia, que é o terraço improvisado. Os mais feinhos vão para o canto que eu chamo de cemitério de plantas. Nosso primeiro vaso, aquele que eu queria jogar fora, nunca precisou passar uma temporada no cemitério. Tem flor de poucas semanas que vai parar no cemitério.
Sou viciada em lavanda, achava lindas aquelas lavandas na porta do condomínio da Vila São Francisco. Trouxe um vaso para casa e a primeira flor lilás desabrochou quando eu estava em Alagoas, mas ele me ligou para contar com tanta empolgação; e eu perdoei a lavanda.
Desde que descobri o sabor quase erótico das cebolinhas morro de vontade de ter uma mudinha em casa, pra ele pegar direto do vaso enquanto estiver cozinhando, chique, acho chique igual pão quente, rosca com açúcar e canela quente, comida fresca, chique. Comprei duas, e nenhuma delas durou. Paciência.
Também tenho a sensação de que o repolho ornamental não está muito feliz. Vinha num crescimento acelerado e de repente as folhas não param mais de cair. Alguém aí sabe como cuidar de um repolho ornamental?
A mãe do Nuno diz que não é pra regar as flores todos os dias, pro solo não ficar úmido demais. Mas isso não é uma regra, certo? A pimenteira murcha às vezes em questão de horas, e é só jogar uma aguinha pra levantar de novo.
E o tempero incenso que está amarelado, mas não perde o cheiro?
A segunda lição é: o mundo das flores & plantas é mais misterioso do que imaginei...
O maior espetáculo que presenciamos até hoje foi o das flores do campo. As flores caíram, cortamos os cabos e passaram-se poucos meses até que, tcharãn, as flores começaram a nascer de novo. A primeira foi a amarela. Depois, foram as laranjas. Roxas, brancas, o vaso está todo colorido, de um jeito que a gente olha e não acredita. "Como esse vaso foi ficar com flores de cores diferentes? Não é possível, é um híbrido".
Amo tanto nosso vasinho híbrido.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

pilões


Um dia ainda vou fazer um curta que reproduza imagens de pessoas segurando o dedo indicador na tecla BACKSPACE do computador. Acho fascinante as coisas que escrevemos sem escrever. Imagina quantas palavras são escritas em um segundo e apagadas no segundo seguinte no mundo todo em tantas línguas? Quantos posts tem dentro desse pequeno post?

domingo, 15 de agosto de 2010

au revoir simone & os pássaros


Estava em The Lucky One, do Au Revoir Simone (nas últimas semanas, tenho feito um revezamento no fone de ouvido entre Au Revoir Simone, Stop Play Moon e a maravilhosa Amélie-les-crayons). Correndo, entro no site de uma pousada para confirmar alguma coisa, jogo rápido. E começa uma cantoria de pássaros daquelas que eu acharia brega não fosse a perfeita sintonia com os estalos de The Lucky One. Caiu como um vestido na Audrey Hepburn. Perfeita. Puta presente.

Foto: Vivi Favery. Modelo: Ligia Zero

terça-feira, 10 de agosto de 2010

amora


Há uma amoreira na Marginal Pinheiros, em frente à sede da Companhia de Engenharia do Tráfego. As amoras estão verdes, quando for época vão arroxar. Vão sobreviver à fumaça dos carros e à indiferença dos homens. Me encheu de alegria vermelha.

foto atualizada em 27/08/2010 (as verdadeiras amoras)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

alpinista de segunda

Do tempo em que o Alpino era um bombom e ninguém queria que fosse barra - estava bom assim, bolinha derretida na boca, bochecha cheia de um lado, bombom. Uma vez uma pessoa disse que o tempo de duração do Alpino na boca era exatamente o tempo que precisava para ter uma ideia. Eu queria, às vezes, funcionar assim de maneira prática, comer marshmellow na hora certa, ter uma letra caprichada e um rigor de gravata borboleta. Mas eu prefiro quebrar o giz do que pintar a lousa, prefiro moldar monstros com a massinha em vez de bolas & cubos, prefiro um dia nublado a um dia de sol forte, um grilo autocongelante a uma minnie com guarda-roupa de princesa.

Mas tem o Arnaldo Baptista. "Descobrir as novas terras que existem por aí...acima da velocidade da luz... I'm sure of that... ".

lagoa do paraíso


...então vamos deitar na rede. Por enquanto.

foto: Mariana Moura