sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

véspera da véspera


O que pode sair de um post escrito depois de umas 72 horas praticamente ininterruptas de trabalho, tirando umas quatro horas de sono por noite? Que nesse momento, com a mente quase formigando e esse calor ardido, os pelos da gata no vestido preto, o resto de Ades de maçã no copo, o velho guia Quatre Roues me namorando de novo, uma vontade de deitar com ele na rede em Jeri, eu registro que em 2012 eu não vou me fazer infeliz, eu não vou extrapolar. Mas aceito outros extras, e vou saber dizer muitas frases em francês. Au revoir.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

dãnce, dãnce, dãnce


Uma fofura, meu alto astral de hoje. Via Tata

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

quando o gosto faz baldeação


"Já comeu jiló?" Ah, já, uma vez, achei normal, não tenho vontade de comer de novo. "Mas eu vou fazer jiló pra você, você vai amar, não tem como não amar os jilós da d. Cida". D. Cida, avó de duas pessoas queridas, nascida em Apucarana, no Paraná. Sei pouco sobre ela, que amava muito a neta, tinha um jeito certeiro com as plantas, evidentemente um pomar farto, e fazia jilós fritos maravilhosos. Provei o jiló da d. Cida e ele cheio de expectativa, e aí, e aí. Normal, eu disse, não podendo mentir gosto. Acontece que ele continuou fazendo às vezes nos almoços de sábado. Até que certo dia - não me lembro qual -, meses depois, os jilós da d. Cida me encheram a boca. Ele reparou, "ué, comendo mais jiló"? Parecia coisa do diabo, os jilós adquiriram um sabor exatamente do tamanho da minha boca, passei a desejá-los. Como cinco, seis, sete jilós numa mesma refeição, raspo a panela. Outro dia roubei dois jilós frios que sobraram na panela, e eu já tinha até comido a sobremesa. Até eu me surpreendi: quando eu ia me imaginar querendo jiló frio! Que alguns gostos a gente adquire magicamente, do mesmo jeito que não dá pra explicar como eu sei que o bolo de fubá neste momento no forno ainda não está pronto, mas logo estará.

obs. hoje, pela primeira vez, eu fiz jilós

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

biscoitos de lua

Enquanto o Corinthians se aproximava do título, fui fazer meus primeiros biscoitos. Encontro a receita da Marghi no e-mail. Mas tudo isso de amido? Não tem açúcar cristal, só açúcar gramixó... Como converter mg em ml? Não tá muito seca essa massa? E volta com a mão meio suja de farinha para o computador e confirma se a receita é essa mesma, nem um ovinho, nem um leite? Um pouco de leite, vai. Assim foi, quase tudo trocado, menos a quantidade de farinha e de maisena, que aí é mexer no sagrado. Comprei uma forma natalina na loja de panelas do Mercadão, minatura de estrela cadente, mas ou grudava a massa na forma ou saía meia estrela. A solução: bolinhas com a mão e depois amassa, amassa, como se batendo palmas, até que adquiriram esse formato da foto, agora tô achando que ficaram com textura de lua. Quase trinta minutos depois o cheiro que saía do forno não podia ser mais certeiro, estavam prontos, os biscoitos. Tive vergonha, tão feinhos, de uma cor estranha quero ser caramelo, grosseiros, biscoitos pra se comer numa cocheira tomando chimarrão. Mordi um. Estalou, subiu ao nariz um cheiro de amendoim, é a farinha de castanha do pará do Acre. Mas não adiantava, estava indisposta a gostar deles. E agora? Tento fazer suspiro? Não tem batedeira. Faço o já amigável pudim de leite, para amaciar o ego? Não fiz nada, fui ver televisão. Deixei-os lá na cumbuquinha de barro das paneleiras de Goiabeiras e, quando ele chegou, blasé eu disse "fiz biscoito". Mordeu. Parecia enfeitiçado, o sujeito que não gosta de biscoito - é certo que ele estava aquela noite com o apetite de um cão - comeu uns cinco de uma só vez. "Como você fez? Você consegue repetir a receita?", ele dizia, pedindo mais, eu desacreditando, quase que joguei a fornada toda fora. Mágica assim é o sonho de todo cozinheiro, acertar demais errando, mas que fazer se é verdade e aconteceu ontem comigo?