segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

quando o gosto faz baldeação


"Já comeu jiló?" Ah, já, uma vez, achei normal, não tenho vontade de comer de novo. "Mas eu vou fazer jiló pra você, você vai amar, não tem como não amar os jilós da d. Cida". D. Cida, avó de duas pessoas queridas, nascida em Apucarana, no Paraná. Sei pouco sobre ela, que amava muito a neta, tinha um jeito certeiro com as plantas, evidentemente um pomar farto, e fazia jilós fritos maravilhosos. Provei o jiló da d. Cida e ele cheio de expectativa, e aí, e aí. Normal, eu disse, não podendo mentir gosto. Acontece que ele continuou fazendo às vezes nos almoços de sábado. Até que certo dia - não me lembro qual -, meses depois, os jilós da d. Cida me encheram a boca. Ele reparou, "ué, comendo mais jiló"? Parecia coisa do diabo, os jilós adquiriram um sabor exatamente do tamanho da minha boca, passei a desejá-los. Como cinco, seis, sete jilós numa mesma refeição, raspo a panela. Outro dia roubei dois jilós frios que sobraram na panela, e eu já tinha até comido a sobremesa. Até eu me surpreendi: quando eu ia me imaginar querendo jiló frio! Que alguns gostos a gente adquire magicamente, do mesmo jeito que não dá pra explicar como eu sei que o bolo de fubá neste momento no forno ainda não está pronto, mas logo estará.

obs. hoje, pela primeira vez, eu fiz jilós

Um comentário:

Daniel disse...

Ficaram bons os Jilós? nao é incrivel como nosso paladar evolui? estou curtindo muito isso... feliz natal!!!