segunda-feira, 23 de agosto de 2010
yes, I did it
Não foi uma explosão, eu apenas olhei para aquele manobrista e, mais ou menos como me parece natural dizer bom dia e obrigada, me pareceu muito natural dizer vá se foder. Ele destratou o taxista que estava comigo e fechou o vidro do carro na minha cara, sem explicar o que eu deveria fazer para que o táxi conseguisse sair daquela emboscada. Foi uma grosseria gratuita. É claro que, com o xingamento, eu só o irritei mais. Ficou ainda mais indiferente e finalmente conseguiu fazer o taxista de gel, que até então mantinha-se elegante, perder a paciência. Saiu do carro e: "Você vai se ferrar, meu amigo, eu sou policial", disse, sacando um distintivo do bolso. Eu observo aquela cena com todas as linhas e quadrantes, como se subitamente deixasse de ser parte integrante dela. O manobrista insiste na desinteligência, e eu grito: "Você é um merda". Saio ilesa, sem tremer e sem corar, apenas sem fome. O que me faz acender um cigarro por acaso em frente à loja de bugigangas mais legal do mundo, e comprar a cola e as tintas que há tanto tempo eu procurava.
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Um comentário:
nada é por acaso, conversavamos no almoço...
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