domingo, 8 de julho de 2012

100 nome


Tenho feito ligações frequentes para uma ilha que visitei a trabalho em janeiro. Mesmo que tudo tenha sido checado na ocasião, dá uma certa aflição botar lá que o PF do restaurante custa R$ 17 se a gente sabe que as coisas mudam com a rapidez do pulo de um gato. Então acontece de eu ter de ligar. E me espanta como, em quase 100% dos casos, a primeira reação é de antipatia. "Olá, bom dia, é da agência de turismo tal? Com quem falo?" - à pergunta segue-se um silêncio constrangedor, e a pessoa diz o nome a contragosto, como se eu fosse uma espécie de troll da telefonia. Mas a indisposição some rapidinho e o/a camarada subitamente fala com voz de sorriso quando digo o nome da organização que represento.
Hoje de manhã, quando tal comportamento padrão se repetiu, recordei as situações parecidas mais marcantes ao longo da minha ainda curta vida. 
É o tipo de enrascada que você consegue enxergar com clareza quando é freela e não representa ninguém exceto a si mesmo. Fica mais fácil diferenciar o cara que te sorri apenas por que você traz algum tipo de lucro para ele, aquele sorriso erguido por cifras e que, portanto, desaba facilmente na ausência delas, daquele cara que te sorri de verdade. 
Mas uma coisa que eu penso quando reconheço um canalha é que em algum momento ele não deve ser tão canalha, afinal ele tem uma avó. 

Foto: Bar 100 Nome, um bar desinstitucionalizado. Fevereiro de 2012, Itacaré, Bahia.


2 comentários:

talita disse...

Amos os seus textos, e o jeito positivo (mesmo numa situação feia) que leva a vida!

nana tucci disse...

Talinda, me alegra muito saber que gosta deles!!!