segunda-feira, 25 de maio de 2009

novo em folha

A expressão deve estar no livro Admirável Mundo Velho!, do Alberto Villas. Existe outra mais charmosa? Novo em folha e, não por acaso, depois de um parto. Disseram que o Calunga cor-de-rosa ganhou ares de Morandi e eu achei que ficou do Cadjoo! O artista plástico Carlos Pileggi, o Cadjoo, ignorou seu torcicolo e torceu a cabeça para espiar o que havia debaixo da mesa de sua avó. Encontrou o saleiro Cisne que ela recicla há anos e uns copos de vidro. Pôs tudo em cima da minha toalha xadrez, achou um cantinho para o ramo de arruda enrolado em fita vermelha e ainda trouxe um limão que catou lá da horta da Florips. Deixou o Calunga mais cor-de-rosa, inserindo no tom do título cada palavra que eu espalhei em um e-mail desordenadamente melodioso. O rosa que, afinal, não é cor, não é nome, nem sei o que é. Calunga chegou em mim como uma corruptela de calango, palavra que sempre visita os poemas da minha prima-irmã Manô, e um dia desceu de cipó para os meus. Calunga, depois descobri, também significa boneca. "Ela não desgruda dessa calunguinha!". E da história saíram tantos cordões que um dia, como um decreto sem deliberação de parte alguma, acrescentei ao nome "outras histórias". Uma outra continua aqui, porque é absurdo martelar começos e recomeços, porque desaprendi a remendar datas, porque muito antes de pisar num arrozal, a menina de Tutaméia já o vislumbrava e, vislumbrando, sentia o cheiro do arroz cozinhando de modo que talvez não o sentisse se tivesse à frente mil panelas.

5 comentários:

Ana Elisa Faria disse...

ei, Naneto!
Adorei. Ficou lindo.
O Cadjoo mandou muito bem.

beijos!

Unknown disse...

nana
ameeeeeeei o novo visual do seu blog.
bjos orgulhosos
da sua maior admiradora
mami

Juvenal disse...

ficou chique!

Luiza Rudge Zanoni disse...

direi que está digno.
comprou seu vestido?
acho que falta um tênis velho cor-de-rosa. rosa de cor mesmo.

VS.

marcela dantés disse...

que lindeza.