quinta-feira, 19 de agosto de 2010
calíbrido free jazz
Estou aprendendo a cuidar de plantas & flores. A primeira lição foi: nunca subestime sua capacidade de renascer. Algumas se recuperam tão rápido como joelho ralado, briga de namorado, sapato de sapateado. Eu percebi isso quando a gente mudou e a antiga moradora deixou lá no apê um vasinho seco. Minha primeira reação foi querer jogar a planta fora, coisa velha, seca, de outra pessoa, mas ele colocou água e, no dia seguinte, ela acordou verdinha. Nunca deu flor até hoje, só que é um dos nossos vasinhos mais ponta firmes (e eu adoro aquelas folhas verdes avermelhadas).
Todos ficam no parapeito da janela da lavanderia, que é o terraço improvisado. Os mais feinhos vão para o canto que eu chamo de cemitério de plantas. Nosso primeiro vaso, aquele que eu queria jogar fora, nunca precisou passar uma temporada no cemitério. Tem flor de poucas semanas que vai parar no cemitério.
Sou viciada em lavanda, achava lindas aquelas lavandas na porta do condomínio da Vila São Francisco. Trouxe um vaso para casa e a primeira flor lilás desabrochou quando eu estava em Alagoas, mas ele me ligou para contar com tanta empolgação; e eu perdoei a lavanda.
Desde que descobri o sabor quase erótico das cebolinhas morro de vontade de ter uma mudinha em casa, pra ele pegar direto do vaso enquanto estiver cozinhando, chique, acho chique igual pão quente, rosca com açúcar e canela quente, comida fresca, chique. Comprei duas, e nenhuma delas durou. Paciência.
Também tenho a sensação de que o repolho ornamental não está muito feliz. Vinha num crescimento acelerado e de repente as folhas não param mais de cair. Alguém aí sabe como cuidar de um repolho ornamental?
A mãe do Nuno diz que não é pra regar as flores todos os dias, pro solo não ficar úmido demais. Mas isso não é uma regra, certo? A pimenteira murcha às vezes em questão de horas, e é só jogar uma aguinha pra levantar de novo.
E o tempero incenso que está amarelado, mas não perde o cheiro?
A segunda lição é: o mundo das flores & plantas é mais misterioso do que imaginei...
O maior espetáculo que presenciamos até hoje foi o das flores do campo. As flores caíram, cortamos os cabos e passaram-se poucos meses até que, tcharãn, as flores começaram a nascer de novo. A primeira foi a amarela. Depois, foram as laranjas. Roxas, brancas, o vaso está todo colorido, de um jeito que a gente olha e não acredita. "Como esse vaso foi ficar com flores de cores diferentes? Não é possível, é um híbrido".
Amo tanto nosso vasinho híbrido.
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6 comentários:
nana
Que lindo!!!
Me lembrei da frase do Guimarães Rosa: o mais importante no mundo é que as coisas não estão terminadas. A cada dia nos transformamos,as flores são um exemplo disto.
bjos orgulhosos
Claudia
tive umas sementes de alguma palmeira que ficaram anos no vaso de plástico preto pequeno. na semana passada surgiu uma pontinha verde
Juva, to com saudade!
nan!! Li e a cada linha recordava do meu pequeno jardim do ap... agora eu tô com um gigante... que tá super dificil de cuidar... mas é isso que vc disse, o jardim tbm se cuida muito sozinho, impressionante!
Ontem recebi o melhor elogio de todos.. rsrs
minha amiga me visitou no ateliê e exclamou " TA, flores fake não combinam com vc" ahhaha, uma orquidea maravilhosa que já está ha mais de um mês com flores!!!! :-)
vem me visitar!!
te dou uma mudinha de alguma coisa!!!
beeeijos!!
que engraçado, né? essas relações que a gente descobre. eu tenho um jardim gordo e verde em casa e...quase não ligo pra ele.
outra dia escutei uma mulher dizendo que cuidar de vasinhos mudou a vida dela - se sentia responsável pela vidinha das folhinhas.
lindo texto, amiga.
beijo
anteopntem fui lá ver as mudinhas. sumiram. fiquei triste
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