terça-feira, 17 de maio de 2011

nem sempre quero dar título

Às vezes dá vontade de deixar de lado aquela afirmação politicamente correta "pô, legal". Mas aí você fala porque você sabe que a pessoa tá achando uma bosta e precisa ouvir que está tudo bem. E, em alguns poucos casos, você percebe que de fato a pessoa acha aquilo legal por mais que pra você não seja nada legal e então pô, legal.
Na verdade, é mais fundo. É estafante fazer coisas que você não tá a fim de fazer e dizer coisas que você não tá sentindo porque é socialmente mais aceitável.
Tipo sopa instantânea, que você não quer comer mas quando viu já tá esquentando a água e jura que é a última vez (mas sabe que não é).
Concordar que uma coisa é ótima quando você achou apenas razoável, fingir tranquilidade quando na verdade está quase vomitando notas de - R$ 1.
E cansa reclamar, autorreclamação é uma prisão sem coca-cola sem Bob Marley.
Mas tem algo de que me orgulho: quando eu digo que tudo o que acontece é para o bem, eu realmente acredito que seja para o bem.


Obs. Se esse post cantasse, cantaria No Woman No Cry. Quando eu era criança, achava que quando Bob Marley cantava "no, woman, no cry" estava querendo dizer: sem mulher, sem choro. Só depois da versão do Gil é que descobri: não, mulher, não chore mais.

3 comentários:

Ana Elisa Faria disse...

A coisa que eu mais escuto ultimamente é isso, de que "tudo o que acontece é para o bem". Mas ainda não consigo acreditar, Naneto!!

Amei seu post e o Ps, amiga!!

nana tucci disse...

Que linda, Hermetinho!

Ju Afonso disse...

Adorei o post e me identifiquei: também achava que era "sem mulher, sem choro" e todo mundo ainda ri da minha cara por isso! Eu nem ligo...!