terça-feira, 16 de junho de 2009
amarela
Caminhei ao redor do Igapó e cobicei as casas todas. O rio que corta Congonhas, o lago que corta Londrina. Deve ser bom ser cidade com rio, mesmo que seja o fantasma. Lembro do garoto de 10 anos que, tempestuoso com a coleta de lixo de sua escola, disse: "Se a gente reciclar, não vai mais existir poluição e o rio Tietê vai ser limpo. Se a maioria ajudar, vai dar até para nadar nele de novo. Mas uma pessoa ajudando já é o começo". Ele saiu catando lixo de lixo errado e passou de classe em classe explicando por que é importante reciclar. Mas o Igapó. No Igapó, a menina pescava com o pai e um ganso, o menino bailarino desejava São Paulo, nós falamos alto de árvores e silenciosamente de sonhos. Ontem, acordei com a mulher da peça russa Semianyki dançando na minha cabeça, dançava aquela música que eu nem sei qual é, e nem sou capaz de reconhecê-la, mas saber que ela vai ficar guardada aqui já conforta (e a peça era sem graça pra caramba). Londrina tem os botecos mais legais do mundo e o fantástico Rodeio, restaurante gaúcho-paranaense, como a nonna, que serve os mesmos caprichados filés há 43 anos. Londrina tem conchas acústicas, calçadão e ainda tem lindas casas de peroba. Tem centenas de folhas secas crocantes e terra vermelha, mas é amarela como o losango da bandeira, um cachecol de flanela barata, laranja delícia, delícia. Londrina é velha, e menina.
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