terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
segundo G.
Hoje de manhã, ao tentar abrir sem sucesso o spray de própolis porque resolveu baixar-me uma indevida dor de garganta, lembrei do meu amiguinho barriga-verde G., 11 anos, e de como ele foi um anjo aquele dia. Anjo como a mulher que se sentou ao meu lado no avião, me chamou com graça de "menina da arvorezinha", arrumou minha carteira escapulindo da bolsa e papeou comigo, sem enfeites ou chiliques. Mas essa é outra história.
Meu amigo G. chegou botando ordem em tudo: pendurou o passarinho de pelúcia no vidro do carro ("era só passar um pouco de saliva..."), carregou minha máquina fotográfica ("tá vendo esses pininhos aqui? não pode encaixar totalmente...") e fez meu rinossoro de própolis funcionar ("essas coisas geralmente vêm com um lacre no meio...").
De quebra, me deu uma de suas balas preferidas, delícia cremosa de morango, e me apresentou uma frutinha amarga dos cânions que ele comeu do pé com prazer de quem chupa bala de morango.
Enjoou quando liguei o ar-condicionado e, ops, descontou na porta do passageiro (abri a porta 20 segundos depois da hora certa). Logo depois, puf, o nariz começou a sangrar. Dei a ele uns papéis de seda amarelos amassados e inutilizados que estavam no porta-luvas. "Pelo menos agora esses papéis serviram pra alguma coisa, né?", sorriu.
Se ajeitou, abriu o vidro, retomou o fôlego e continuamos a caminho do Monte Negro, na cidade sem horizontes, ouvindo o programa da rádio Nevasca.
"Domingo não tem música no rádio", ele me avisou. Deve ser porque domingo é entressafra.
G., você que sabe tudo, o que fazer em tempos de entressafra?
*G. quis ficar com uma de minhas miniovelhas (a negra), e dormiu abraçado nela
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