segunda-feira, 20 de agosto de 2012

chega de saudade


Hoje eu vi na tv minha casa da r. Antônio José da Silva, 37
Meu pai transformou os VHs com nossos aniversários, batizados & nascimentos em DVD.
Assim, hoje depois de um almoço com um feijão maravilhoso da Ciça, eu, pai, Nico e Bia nos sentamos para assistir a festa de 1 ano da Bia.

A sala com o sofá em L, o bar de mármore, os quadros do Inos que já não são nossos (a maioria ainda é), o jardim e a casinha de boneca que um dia ficou infestada de abelhas, o salãozinho com o sofá desconfortável e o videogame, aquela engenhoca grande que fazia o portão funcionar (sempre quebrava), o corredor onde a Bia revelou que adorava andar de skate. A cozinha, quase chorei quando vi aquelas gavetas beges lá longe, e um pedacinho da copa onde a gente tanto ficava.
Mas, tirando a cozinha, eu não senti saudade dolorida em momento nenhum.

Eu era uma menina de oito anos com cabelo curtinho e roupa descolada, um colete e uma saia cor de jeans e um top preto por baixo. Estava feliz com a Pó, a Manô, a Joana e as gêmeas, o sorriso todo sujo de brigadeiro.

Alguns ali já se foram literalmente: tia Cecília (como era moderna, não?), vovó Carlotinha, tia Maria.
Outros, afetivamente: Joana, Lélia, aquele amiguinho que a Bia adorava e, a gente concluiu, deve ser hoje o maior pulha de que se tem notícia!

Mas foi bom ver que, tempo vai tempo vem, a memória continua intacta, fresca como um suco de cupuaçu na Ilha do Marajó.
E sempre existirão vasinhos com margaridas brancas.

Ah, vai lá: De sonhadora para sonhadora, na minha outra casa, As Meninas de Lá.
As casas, virtuais ou de alvenaria, são um desenho que nunca se apaga, ficam para sempre guardadas em algum lugar do passado.
ou do futuro?
Tudo se repete, afinal.

ilustração: Inos Corradin



Um comentário:

ReMaria disse...

Lindo como sempre. Sua Tia Cecília, minha maēzinha amada era um espírito muito evoluido Nana. Te adoro
Tia Rê