quarta-feira, 15 de agosto de 2012

sobre uma florzinha do campo chamada Fabiana


Ando encantada pelas fotos da minha prima Fabiana. 
Ela só tem 12 anos, mas suas fotos têm mais alma que portfólio de muito adulto pós-graduado.
Têm luz própria, têm identidade
Não têm medo.
E, apesar de serem feitas com o filtro da moda, não são insta-victim, não são nada óbvias.

A Fabi nasceu no dia  1º de março de 2000, eu tinha acabado de fazer 14 anos.
É claro que o nascimento de todo primo é uma festa, mas quando a Fabi nasceu eu sentei e escrevi uma carta pra ela, de próprio punho, dando as boas-vindas e contando tudo o que tinha acontecido naquele dia primeiro, coisas banais do tipo "o Palmeiras ganhou do Grêmio".
Depois abri um livrinho que eu costumava consultar, com uns anjos na capa e frases de efeito, mentalizando "o que a vida traz pra Fabiana?". A resposta era de arrepiar, algo como "uma estrela brilhando no firmamento".
Nunca entreguei a carta para a Fabi, está perdida. Já tentei achá-la nas pastas que carregam dezenas de poemas dramáticos escritos por uma garota pisciana e romântica; não achei.
Eu não sei por que mas, meninas de 12 anos, elas me emocionam particularmente. Acho que é porque aos 12 anos eu passei pela maior provação da minha adolescência. Acho que é porque aos 12 anos elas são o que há de mais menina na vida, a essência do que é ser menina, a criancinha já ficou para trás e a mulher ainda está longe.
É bom e é ruim. É inseguro e é seguro. É contido e é do tamanho do mundo.

Eu ando enchendo o saco da Fabi pra ela usar o cabelo ao natural. O cabelo dela é dum tom loiro acinzentado lindo e tem cachos espetaculares. Eu acho que ela deve me achar uma chata quando eu insisto para repicá-los em vez de escová-los, e soltar o rabo de cavalo não só quando está entre familiares, mas sempre. 
Fabi, seu cabelo é o mais bonito da turma, pode apostar!

Mas pode ser que ela cresça e os queira lisos. 
Pode ser que escolha o caminho retilíneo e se transforme em uma excelente advogada (quem acompanha suas instrutivas discussões com a vovó é que o diga)
Pode ser que transforme a fotografia apenas em hobby, a gastronomia idem. 
Não falei que ela é exímia cozinheira mirim e já saiu em reportagem até no caderno Paladar? Em um curso de massas que fez com o tio Gaspar, se não me engano acabou ensinando os grandes a dobrar capelete. 
Seja o que for, ela vai brilhar. 
Não foi a prima, mas o anjo que disse, no dia em que ela nasceu. Se o anjo disse, está dito. 


foto: Fabiana Laloni Gentil




4 comentários:

Luiza Laloni disse...

Nossa nã, adorei!! Essa é a fabi mesmo!! E com certeza, O CABELO MAIS LINDO DE TODAS!!!

nana tucci disse...

Lulis, que visita boa! <3 <3 <3

Unknown disse...

Adorei a foto e suas palavras. A Fabiana merece!!!!

Rêveur disse...

você escreve tão bonito.
ontem eu aprendi com vocês (as meninas, de lá.)
ontem eu escrevi sobre vocês.
bonito isso, né? de poder aprender com quem a gente nem conhece, mesmo parecendo que conhece tanto.