sexta-feira, 21 de agosto de 2009

olha


Andando hoje no velho Dyd vi duas vezes o mesmo homem carregando um cachorrão de pelúcia, na Tietê e na Itu. E depois, quase um minuto em cima do outro, vi um homem sentado em um dos pontos de ônibus da Av. Sumaré agarrado a um pônei pink de pelúcia, agarrado mesmo, parecia criança. Fazia o tipo de frio que pede uma xícara pequena de café com leite quente (mas eu não quero queimar a língua). À tarde, uma amiga mandou o link com uma foto de um homem vestido de tartaruga e o comentário: "Olha! Isso me fez sorrir". Lembrei do e-mail de outra amiga, aquela que tem a clareza de dia de sol em fiorde. "A criança, quando fica doente, não fica se perguntando o que causou aquilo, só sente. Sente medo, dor e chora. Expressa o que está sentindo e logo depois está feliz de novo, rindo e correndo", escreveu. Em vez de ficar em pé, muito natural, eu só conseguia ver tudo de cabeça para baixo, como se em cambalhota em câmera lenta. Por que é que a gente não sai sempre com um pelúcia embaixo do braço? Todo mundo tem o seu. Na cama, na estante ou no baú velhote.

Ilustração: Ann Tarantino