quinta-feira, 24 de setembro de 2009

100


― Não existem mais notas de R$ 1, você reparou?
― Não estão circulando muito mais, não, mas de vez em quando uma cai na sua mão.
― De jeito nenhum, ahn-ahn, nunca mais vi. Na minha, não. Cê tá mentindo, tá de provocação, cê também nunca mais viu uma verdinha...
No dia seguinte, uma nota de R$ 1 repousa na velha mesa de cabeceira. Abarrotada, rasgada, sem viço, mais leve que a pena do mais fino ganso, quase um papel vegetal. Yes, vou guardar e mostrar para os meus netos como eram as notas de R$ 1, vou enquadrar, é a minha nota! Essa aí na carteira traz mais sorte que US$ 1, que dólar que nada!
Pus na gavetinha.
Poucos dias depois, abro a porta do quarto e lá está ela de novo, na mesinha. Outra nota de R$ 1.
― Você achou outra!
E ontem aconteceu de novo.
― Três! Vou juntar várias, vou ser a maior colecionadora de notas de R$ 1, vou ficar rica! ― a piada acalmou os ânimos abalados por um juiz que não queria encerrar o embate Palmeiras x Cruzeiro.
Guardei as três uma em cima da outra e lembrei da frase que li esses dias, no blog da Noemi.
Que cara bacana é o meu pai!

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