terça-feira, 15 de setembro de 2009

setembrochove


A moça gente fina da loja atrasou. "Você tem outra coisa para fazer na 25 de Março? Vai demorar meia hora para separar as travessas". Sempre se arranja alguma coisa para fazer na rua 25 de Março. Ando. Eles tem cheese bread até no Mc Donald's, escreveu a Ruth Reichl, e o pão-de-queijo deles, descobri, não vai mal. O homem tentando vender a máquina papa-bolinhas-de-roupa me fez rir com som, que eu não sei se saiu de mim ou do vento que levantava o lenço improvisado circundando a camisa improvisada. Andar na 25 de Março cheia é como se movimentar no fundo do mar – só que em vez de oxigênio nas costas, você carrega uma bolsinha avelhentada na lateral. Não há precisão, somente um vidro embaçado, peixes com olhos nas costas, e sempre um quase. Os policiais e os vendedores de rua parecem sapatear em comunhão: antes de um levantar o salto, pá! O outro já completa: papapá. Os 30 minutos previstos pela moça da loja viraram 60 e, atrasada para um compromisso, preferi ficar a pé a ter de enfrentar o trânsito do Jabaquara, onde obrigatoriamente teria de despachar os produtos. "Você leva para mim, Quiel? Vou de metrô". Na estação S. Bento, a placa me diz que para chegar até a Barra Funda devo seguir sentido Jabaquara.
Quantos caminhos, José, levam ao mesmo lugar? (é o mesmo lugar?).

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