sexta-feira, 31 de julho de 2009
Os tristes e alegres sofrimentos da gente
Na sexta-feira passada, num desses dias em que você se sente entre duas paredes e não consegue achar o chão, parei no Sesc Paulista. Era o meio do caminho até o Sesc Vila Mariana, onde assistiria melancolicamente um show incrivelmente lindo. Aí peguei os papéis em cima do balcão e simpatizei com um cor-de-rosa que tinha duas menininhas na capa. Coppélias?! Meninas ou bonecas? Era uma peça infantil que contava a história das irmãs Coppélia e Calunga. Calunga. "Entrei num casarão com o coração na mão. Entrei num casarão com o coração na mão...". Calunga, dizia o papel, é uma bonequinha que faz parte do maracatu, carregada por uma das mulheres do grupo que sai na rua cantando e dançando. Ela pode ser feita de madeira, de cera ou de plástico mesmo. A boneca escolhida para ser a Calunga tem de ser abençoada e batizada com um nome especial de rainha ou princesa. Quando o maracatu surgiu, ela era uma espécie de santinha ou rainha africana que trazia proteção para o grupo. E agora me disse o Rosa através da Adélia: os tristes e alegres sofrimentos da gente. Um presente delicado como a história da Calunga, a música do Lucas Santana, o e-mail da amiga e o cheiro da flor da abóbora que eu ainda não conheço.
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3 comentários:
mas ela pode ser também feita de carne e osso. nesse caso, e paradoxalmente, ter carinha de boneca!
Tão delicado. Isa, Isa, obrigada, querida. Beijo e abraço com carinho
muito bonito vlw
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